EGO, o Mal Necessário
Muitos falam no ego, exemplo: “preciso elevar meu ego etc.”. Mas se perguntarmos o que é o ego, ele mesmo não saberá explicar, assim como muitos terão as mesmas dificuldades. Mas se compreendesse o que é o ego e sua função, atuando em nós como uma consciência auxiliar e refletida, formada pela sociedade desde o momento de nosso nascimento, acumulando-se e expandindo-se com um sub produto da vida, com certeza, estaríamos mais atentos e nos vigiando em cada pensamento, atitudes e palavras em nosso dia-a-dia.
Imagine que uma criança, quando nasce, não tem consciência de si mesmo e não é dela que se tornará consciente e, sim, do outro e, no primeiro momento, o outro é a mamãe. Em seguida, através das necessidades físicas, seu corpo também é o outro para ela, pois ainda não há uma relação com ele. Nessa relação, seus cinco sentidos vão entrosá-lo com o mundo dos outros, integrando-o a ele, pois é através dos olhos que enxergará o outro; é através do nariz que sentirá o cheiro do outro; através dos ouvidos, que ouvirá os sons do outro e, assim, sucessivamente.
Após o nascimento, os cinco sentidos se abriram para fora, para resolver informações e registrá-las, formando uma biblioteca que lhes facilitará a interação com o mundo do qual nasceu. Essa consciência auxiliar é um reflexo do mundo material, triplo. Ex.: se lhe peço para ler a palavra “carimbo” escrita em um papel, qual a imagem que lhe vem à mente? Certamente, é a imagem de um carimbo. Por quê? Porque um dia você viu o objeto, gravou a imagem dele e para que serve. Percebe que, em nós, há uma imagem refletida do objeto em nossa memória, sendo essa imagem que me fez responder à pergunta sobre a palavra carimbo. Se eu não tivesse essa imagem gravada, eu não saberia responder. Durante toda a nossa vida, estamos ampliando essa consciência refletida, como se estivéssemos com uma cópia de tudo que existe no mundo externo material dentro de nós. Isso se resume em nossos conhecimentos arquivados em forma de imagens. Portanto, quando a criança nasce, ela não está consciente dela mesma, por não ter essas informações do mundo ao qual ela está existindo. Logo, o mundo só existe para nós quando tomamos consciência dele ou quando damos importância a cada fato, em que seus conteúdos já existam arquivados dentro de nossa memória, constituindo a nossa consciência objetiva do mundo das formas.
Por ser uma consciência refletida, ela não está consciente dela mesma e nem sabe quem ela é. Está consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, lhe dá atenção, se brinca, dá carinho, a criança sente-se bem e, assim, vai nascendo um falso centro que podemos chamar de EGO.
ISA